O Trabalho escravo no Brasil, um mal impossível de desarraigar?

A obra seminal de Gilberto Freyre « Casa grande e Senzalas », frequentemente citada em Tiradentes, descreveu como os laços de mestre-escravo influenciaram a antropologia brasileira. Outros pensadores, como Josué de Castro e Paulo Freire, mostraram que a fome e o analfabetismo eram de facto os supostos filhos da escravatura. Desde 1888, a escravatura foi abolida no Brasil e o « país do carnaval » é hoje um país emergente que envia homens para o espaço, domina a fissão nuclear e construiu o sincrotrão mais eficiente do planeta. (ler o artigo le Brésil inaugure le synchrotron le plus performant de la planète).Mas o património feudal é pesado de suportar, sobretudo nas zonas rurais e pioneiras, onde o Estado tem tido tradicionalmente pouca presença ou, pior ainda, delegou nos mestres (coronéis) algumas das suas funções regalianas, incluindo as de manutenção da ordem e da justiça. Hoje em dia, o trabalho escravo é um mal que flagela muitos territórios onde o sector primário é de grande importância. A ONG reporterbrasil.org.br, já apresentada em Tiradentes-géographie, tem vindo a realizar uma longa investigação durante muitos anos que levou à libertação de várias dezenas de milhares de trabalhadores escravos. Coloca em linha os dados do Ministério do Trabalho que tornaram possível a elaboração do mapa.

FIG.1  Numeros de trabalhadores escravos por estado

cartes des travailleurs escalves libérés

Fonte, reporterbrasil.org                                                            H.Foissotte, 2020
Assim, entre 1995 e 2015, foram libertados 49816 trabalhadores escravos.  Só no estado amazônico do Pará, quase 13.000 trabalhadores foram identificados e resgatados pelas diversas organizações encarregadas da luta contra a escravidão. Havia quase 6.000 no Mato Grosso e 3.900 em Goiás, um estado que inclui o distrito federal da capital.

 

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