Traduçao do texto original

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« Temos que construir cidades no campo », disse o escritor e humorista francês Alphonse Allais. Em 1930, na cidade do Rio de Janeiro, o plano Agache propunha, ao invés de manter a natureza na cidade, criando conexões entre os diferentes espaços naturais da cidade maravilhosa. Apesar do intenso e constante crescimento populacional por quase um século, a megalópole brasileira ainda oferece partes da natureza tropical com notável biodiversidade. É uma das poucas cidades do mundo a receber dentro de suas muralhas um parque nacional: o Parque Nacional da Floresta da Tijucá. Entretanto, o principal efeito desta urbanização invasiva é fragmentar áreas naturais, às vezes colocando em perigo espécies animais e vegetais, empobrecendo o patrimônio genético ou reduzindo o território de caça. Para ajudar a conciliar as noções muitas vezes contraditórias de natureza e antropização, a cidade do Rio de Janeiro criou o projeto « Mosaico carioca » em 2011. A estratégia declarada é conectar os principais espaços naturais da cidade para preservar as diferentes espécies e biomas em uma perspectiva de sustentabilidade urbana. Em última análise, isso promoverá « o fluxo gênico, a qualidade ambiental, o patrimônio cultural e natural, além de atividades de lazer e contato com a natureza.

Este projeto identificou 27 áreas protegidas a serem integradas a este mosaico. A complexidade, a que os brasileiros estão acostumados em muitas áreas, consiste em integrar áreas protegidas que são administradas por diferentes entidades (Estado Brasileiro, Estado Federal do Rio e Município do Rio de Janeiro) (doc.2).

Dois projetos piloto estão sendo realizados atualmente: o Corredor Verde (Doc.4) e o Corredor Verde Marapendi – Chico Mendes – Prainha (Doc.3)/
Eventualmente, poderemos atravessar o Rio de Oeste a Leste, estando no coração dos restos da Mata Atlântica, entre micoses, capivaras e jacarés.

Os efeitos esperados são imensos. O projeto « Mosaica Carioca » menciona :

O fortalecimento da consciência ambiental através da observação dos ecossistemas urbanos e de um melhor conhecimento do seu funcionamento.
O processo de fortalecimento da pertença comunitária que contribui para a construção de uma identidade. Um aumento na área de espaços verdes traria maior identificação com os locais de residência.
A criação de espaços verdes mantidos reduz a criminalidade e os atos de vandalismo, reforçando mecanicamente o sentimento de segurança. A valorização das áreas naturais induz a uma maior freqüência humana, o que é sinônimo de redução da delinqüência.
A qualidade de vida melhora porque a presença de espaços verdes reduz o estresse e proporciona uma melhor qualidade do ar. Caminhadas ou apenas contemplar a natureza são benéficas para os organismos do ponto de vista fisiológico e psicológico. Os problemas respiratórios relacionados à poluição do ar são reduzidos porque as árvores atuam como uma barreira física contra as partículas poluentes.
A redução das ilhas de calor torna possível combater o aquecimento global, ao mesmo tempo em que regula melhor o clima.
Reflorestamento e manutenção de áreas úmidas têm efeitos conhecidos e reconhecidos na qualidade do solo. Mais ricas e férteis, elas também são mais protegidas contra a erosão, e a presença de árvores pode limitar a importância dos deslizamentos de terra, que afetam o Rio de Janeiro de forma recorrente e dramática. Da mesma forma, as áreas úmidas também aparecem como esponjas naturais contra enchentes.
Melhoria da qualidade das águas superficiais graças à vegetação ciliar que atua como filtro e represa.
Por último, mas não menos importante, o efeito sobre a biodiversidade é inegável ao promover o fortalecimento do patrimônio genético da fauna e da flora através de trocas, deseminação de sementes e polinização por insetos.

Uma reflexão global sobre a cidade, a sociedade humana e as relações homem-animal