Uma série brasileira de Netflix parece antecipar o futuro do Brasil: a série de 3% evoca um Brasil onde 97% dos habitantes são pobres. Isso certamente desconstrói o mito da emergência do Brasil ou o mito ainda mais antigo do milagre econômico, mas é semelhante ao pior cenário de um país onde quase 35 milhões de pessoas vivem na economia informal e onde o desemprego triplicou em quatro anos.
Nesta série « o mundo está dividido em dois lados, um abundante, o outro com recursos muito limitados ». Entre elas, há um processo de seleção (…para mover de um lado ao outro, nota do editor) ». Aqui está a mensagem que aparece nos primeiros segundos do primeiro episódio de « 3% ». Num futuro dito distópico (ou seja, ao contrário da utopia, a sociedade imaginada é insuportável e não deve ser tomada como modelo), apenas 3% dos jovens de 20 anos terão acesso à ilha « Le Large », um mundo perfeito e abundante. Através de uma série de testes de lógica, esforço e intelecto, tentarão sair de seu ambiente de extrema pobreza para chegar aos 3% da população que vivem à margem, em uma sociedade perfeita onde nada falta ».
« 3% », a série de antecipação brasileira que flerta com uma realidade sombria
Este texto escrito em 2016 pelos editores do muito bom blog Francetvinfo de Rio é ainda mais impressionante quando o próprio presidente parece ter emergido de outra série distópica da Netflix, e onde Donald Trump seria um ministro da cultura musical universal apaixonado por Erik Satie (é verdade, nosso cenário não é muito credível, mas em um mundo que muda tão rapidamente, uma desgraça aconteceu tão rapidamente…). Com efeito, é tentador traçar um paralelo entre o universo da série (corrupção, pobreza urbana, mentiras) criado pelo autor da « Cidade de Deus », César Charlonne, e a realidade de um país onde 10% da população brasileira viveria com menos de 80 euros por mês e seria confrontada com violência extrema e justiça parcial, mas onde, pelo contrário, ajuda mútua e solidariedade seriam valores omnipresentes e a classe onisciente abastada. Pedro Aguilera, o escritor e produtor da série, considera « o tema da meritocracia como típico da nossa sociedade e que ele acredita que durará décadas » (op. cit.). Esta série é um sucesso no Brasil, apesar da competição muito forte com as telenovelas, que estão se tornando cada vez mais um aspecto essencial do softpower brasileiro e parecem estar se abrindo às graças dos mercados estrangeiros onde estes « jogos de fome » brasileiros são cada vez mais populares. Provavelmente é necessário tomar as análises de francetvinfo como um pensamento desejoso. Que a distopia proposta nunca seja uma utopia.
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