Viagens e/ou turismo sustentável, baseado na solidariedade, comércio justo… os nomes são numerosos e as consciências livres rasgadas entre os Eros da descoberta e os Thanatos do aquecimento global e das emissões de gases de efeito estufa. Hoje, além disso, é claro que mesmo as viagens virtuais poluem. A Internet é agora um grande produtor de gases de efeito estufa. O interlúdio Covid19 permitiu momentaneamente que a natureza recuperasse seus direitos. As águas da lagoa de Veneza se tornaram claras novamente, e a vida selvagem recuperou seu direito de viver na periferia das cidades e até mesmo no coração de nossas cidades. Mais do que nunca, porém, a questão da relevância das viagens, nacionais e/ou internacionais, surge. Qual é o custo social, econômico e ambiental das viagens, e em particular das viagens em massa? Pode ser um elemento positivo no processo de globalização? Naturalmente, a equipe de Tiradentes-geografia milita pelo intercâmbio entre países, entre « civilizações » entendidas aqui em seu sentido inclusivo, entre classes sociais, entre bairros, entre vizinhos, mas devemos admitir que as viagens em massa degradam o meio ambiente, em todos os seus significados. Através da Internet, ou através da imersão física, o intercâmbio tem sido muitas vezes sinônimo de progresso, desde que tenha sido estabelecido sobre um princípio de « compartilhamento ».
O turismo é uma atividade econômica fundamental para muitas regiões do Sul e do Norte. Além de gerar emprego e renda, as atividades do setor melhoram e fortalecem o empreendedorismo local e valorizam a cultura e as tradições da comunidade. https://blog.nascenteazul.com.br/entenda-os-impactos-ambientais-do-turismo-e-como-ajudar-na-prevencao/
Entretanto, no Brasil, Marrocos e no litoral francês, o turismo tem um forte impacto sobre o meio ambiente. O lixo lixo das praias e oceanos, contaminando o solo durante anos e envenenando a vida marinha e terrestre local. As instalações construídas em áreas naturais contribuem para o desmatamento, impermeabilização do solo, degradação do habitat e degradação da qualidade da água devido a águas residuais mal tratadas. A passagem de bicicletas de montanha, mulas e até trilhas para caminhadas geram fenômenos de erosão que, a longo prazo, podem enfraquecer solos frágeis que não podem se regenerar. Em sua dimensão social, o turismo pode criar desigualdades violentas ao criar riqueza para poucos e destruir estruturas e vínculos sociais.
Devemos então criar um crédito de carbono para garantir uma redistribuição da renda criando serviços ou ajudando a administrar os recursos de forma sustentável? Este é um caminho a ser considerado se uma parceria esclarecida for estabelecida com as comunidades, no Norte ou no Sul, e se elas forem as últimas responsáveis pela tomada de decisões sobre como utilizar essa quantia compensatória.
Em qualquer caso, uma abordagem sistêmica multi-fiscal parece necessária para fornecer soluções que não sejam piores do que os males.