Cacau de sabor amargo

O site « reporterbrasil.org », em sua perpétua luta contra a violência, a desigualdade e os danos ambientais, nos lembra mais uma vez que a rastreabilidade de certos produtos agrícolas poderia ajudar a pressionar os « patrões desonestos ». Em algumas fazendas do estado da Bahia e do Pará, os trabalhadores são, de fato, escravos. Seus salários e condições de vida correspondem ao que é considerado hoje a escravidão moderna. Alguns dos principais produtos da agricultura brasileira (café, bananas, cacau), que geram renda significativa que ajuda a impulsionar a balança comercial brasileira, carregam o amargo sabor da exploração do homem pelo homem em uma de suas formas mais vis: a da escravidão moderna.

Chocolate com trabalho escravo: as violações trabalhistas na indústria do cacau no Brasil

« Duas multinacionais do setor cacaueiro compraram amêndoas de um fornecedor abastecido com o uso de mão de obra análoga à escravidão na Bahia. Investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT) obtidas pela Repórter Brasil revelam uma série de violações trabalhistas na rede de fornecedores das companhias Olam International e Barry Callebaut. Uma terceira gigante do agronegócio também se beneficiou do “cacau sujo”: a Cargill.

As três empresas estrangeiras são responsáveis por 97% da moagem e torra das amêndoas no Brasil e fornecem para as principais marcas de chocolate, como Nestlé e Lacta (Mondelez) – fabricantes dos famosos bombons “chokito” e “sonho de valsa”. Mas antes de se tornar uma guloseima na mão dos consumidores, o cacau brasileiro vive uma triste realidade no campo.

A menos 148 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo em fazendas de cacau nos últimos 15 anos. Boa parte das operações ocorreram no Pará e na Bahia, os maiores polos nacionais. As violações aos direitos humanos incluem também ameaças de patrões, condições degradantes de moradia e higiene, servidão por dívidas e até trabalho infantil.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, as duas figuras centrais nessa cadeia de crimes são os donos das fazendas e os chamados “atravessadores” – intermediários que fazem a ponte entre os fazendeiros e as grandes empresas de moagem. »

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