Nestes tempos complicados em que ensinar história e tolerância pode se tornar um trabalho arriscado, aqueles que puderam assistir a um dos concertos da memorável turnê da orquestra baiana Neojiba na Europa em 2017 o conhecem bem: se a miséria e o obscurantismo, muitas vezes ligados por um pacto maligno que algumas pessoas muitas vezes querem ignorar, podem destruir, a inclusão social federaliza e fortalece o contrato social.
A orquestra baiana Neojiba, sob o governo de ferro de seu fundador Castro, quebrou o aparente desafio de formar um conjunto filarmônico de jovens dos bairros desfavorecidos de « Roma Negra », Salvador da Bahia. A simples leitura do título « Neojiba põe fogo na Filarmônica de Paris » pode transcrever a qualidade do tocar destes jovens músicos, tal é o alto padrão do público nesta sala de concertos onde o filarmonista gema está condenado à geminação, o filarmonista que cometeria o surpreendente erro de aplaudir de improviso.
Foi a paixão de Ricardo Castro pela música e a paixão pela transmissão que queimou as placas da Filarmônica de Paris. Como a do « sistema » na Venezuela, a história de Neojiba é a de uma vontade, a de trazer dignidade através da arte e do trabalho e despertar uma certa autoconsciência em todos aqueles esquecidos pelo sistema brasileiro. O programa NEOJIBA é o resultado de « uma política pública prioritária do governo do Estado da Bahia, sob a égide da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social ». (https://www.neojiba.org/#)
fonte : (https://www.neojiba.org/#)
Esta orquestra é acima de tudo uma escola que treina milhares de músicos em seus diversos locais. Os mais velhos supervisionam e treinam os mais jovens, não importa se nem todos seguirão uma carreira como músicos profissionais.
« A dignidade adquirida através da música, a solidariedade da prática orquestral, a descoberta do amor musical e o estímulo do prestígio são forças motrizes essenciais », disse o Maestro Castro no jornal diário suíço « Le Temps ».
https://www.letemps.ch/culture/dignite-musique-moteur-essentiel
« Começamos com 80 crianças na orquestra, agora estamos com até 140. E tivemos que criar duas outras formações porque não se pode ter mais de 160 instrumentistas para um conjunto sinfônico completo. A nova Orquestra Castro Alves tem 90 jovens e a Orquestra Pedagógica Experimental tem 45 crianças de 6 a 7 anos. Nacionalmente, o sistema educacional terá atingido hoje 4.500 estudantes, e nossa meta é atingir 10.000 crianças até o décimo aniversário de Neojiba em 2017. Meu grande orgulho é que hoje esta organização musical se tornou um argumento político a par da educação ou da saúde. Os candidatos à futura presidência do país estão lutando por esse assunto ». (ibidem)
Uma das grandes satisfações de Ricardo Castro é o reconhecimento internacional do jovem chef Yuri Azevedo, 27 anos de idade e graduado da escola Neojiba. Se este programa, apesar de seus milhares de beneficiários, for uma gota no oceano da miséria mundial, poderá ser uma forma de os conselheiros franceses trabalharem para reassentar a República em seus territórios perdidos.